POLITICAVOZ: Ondas de março fechando o verão.

Não sei o que pensar sobre tudo que anda acontecendo no mundo. Essas ondas de destruição em massa, chuvas e deslizamentos; gigantes movimentos da Terra; eixo indo alguns centímetros para lá; e todas essas informações que recebemos em todos os instantes. Fim do mundo? Alguma coisa anda rolando e não sabemos, ou apenas suspeitamos. Afinal, talvez demore mais alguns anos para descobrirmos, talvez mais algumas centenas de mortes. Ou no meu pessimismo, talvez tenhamos a descoberta tarde demais. A radiação não deixará vestígios, talvez.

Não reparamos nas coisas: já não é de hoje que o mundo anda acabando pouco a pouco. Na nossa lente está acabando, pois destrói tudo que construímos, levando pessoas; casas e carros. E a ótica do mundo? Ele apenas está se ajeitado. Não é culpa da natureza se um dia pensamos que poderíamos fazer o que bem quiséssemos e tudo ficaria numa boa. O planeta não está numa boa. E mesmo que alguns digam que esse papo de ecologia é um saco; não dá mais para imaginar que coisas drásticas não precisam ser feitas. Ou fazemos a coisa certa, ou a história por linhas tortas fará por nós.

Não, não morreremos todos, eu tenho quase certeza.

Ver tanta destruição em Santa Catarina, Japão e Rio de Janeiro (só para citar os mais presentes); parece nos fazer pensar naquele Deus tirânico propagado na história universal como um grande vingador. Gente, para quem acredita em Deus; ele não tem nada com isso! É muito fácil culpar o outro, mesmo que esse outro seja Deus. Igual naquela história do Velho Testamento onde Adão comete o pecado, mas logo vai dizendo: “Deus, fiz errado porque acreditei na mulher que você me deu!!”. Legalzinho esse Adão, o culpado de tudo é Deus que colocou a mulher em seu caminho! Assim, vejo alguns comentários em relação ao que está acontecendo: Deus é culpado. Vão me dizer que ele é culpado por colocar o mar perto do Japão?

A verdade é que muita coisa anda acontecendo, ou como pensam alguns; aconteceram sempre, só que agora estamos na Era da Informação. Vídeo de sobrevivente, depoimento em rede social; ajuda humanitária que arrecada dinheiro num instante. Quem anda ajudando os outros por ai, já nem sabe mais para quem está depositando dinheiro. É mais ou menos assim que estamos vivendo o momento: antes de esquecermos uma tragédia, outra chega para acabar com a história. Ou começar outra história, diria o meu Eu otimista.

Creio que estamos num momento de escrever essa história. O que deixaremos para os estudiosos no futuro eu não sei, talvez não deixemos nada. Mas é bem capaz, e acredito muito nisso; que esse medo de perdermos tudo nos transformará mais um pouco. Se alguém tinha alguma consciência ecológica, essa visão crescerá com mais algumas centenas de seguidores. Devemos, portanto, mudar nossa maneira como vemos o mercado, as compras; as ações?! É culpa nossa, afinal?

Ninguém duvida que a culpa de sermos tão homicidas está nessa nossa conduta, nesse nosso modo de viver. Parte do que vivemos, essa nossa tendência de comprar sempre; também é uma mania dos japoneses. Afinal a loucura que o país tem por tecnologia é uma corrida desumana. Eu mesmo não consigo acompanhar tanto consumismo. Ando ficando pirado com a possibilidade de perder o emprego e não poder comprar o celular novo. Ora, com tanta perda por ai; dane-se o celular novo. Por ora, dane-se também o emprego! O país inteiro não precisa passar por isso tudo para dizer que devemos mudar nosso modo de pensar: mas infelizmente eles estão passando por isso; e deve existir um motivo muito forte para que tudo isso esteja acontecendo.

Teoria conspiratória contra o capitalismo? Não. Já ouvi essa coisa por ai quando os Estados Unidos quase faliu. Seria uma loucura dizer que a natureza está nos avisando, através dos desastres no Japão; que devemos pensar mais em como vivemos (e compramos) nossa vida. Só sei de uma coisa: a natureza está dando o recado, e cada vez mais , tem sido detentora dos caminhos da história que nós poderíamos ter ajudado a escrever.

Mas insistimos em dizer que estamos certos, quando tudo parece dar errado.