POLITICAVOZ: Até quem já decidiu o voto está indeciso.
O segundo debate entre os presidenciáveis, transmitido pelo SBT; pouco servirá para mudanças significativas nas eleições. De uma maneira geral, Dilma se mostrou mais segura que no primeiro debate. Marina Silva se consolidou como a oposição. Aécio Neves, que havia perdido espaço para Marina, tornou-se coadjuvante no embate, consequente caindo nas pesquisas.
Todavia o caminho ficou mais claro para os analistas. Dilma deve chegar ao segundo turno, mesmo com as notícias desfavoráveis na economia. Tem conseguido inibir a maioria das críticas, principalmente ligadas ao pífio resultado econômico. Tudo isso através de uma opção estratégica: valorizar as melhorias do governo. Alguns índices ainda fortalecem sua candidatura, não se sabe até quando. O lado social, assim como acontecera na primeira eleição, tornou-se um apelo fortíssimo na praticidade do voto. Além disso, o mantra “no meu governo” tem sido usado com maior frequência do que o esperado.
Marina, por outro lado, ainda não mostrou com claridade sua plataforma. Parece mesmo ter sido pega de surpresa, numa candidatura que surgiu de forma inesperada, depois do falecimento do Eduardo Campos. Uma coisa é opinar como vice, outra coisa é comandar. A impressão que fica é que alguns pontos do seu programa de governo foram alterados às pressas; por interferência de conselheiros, por causa da opinião pública (principalmente do grupo evangélico) e de empresários ligados à sua candidatura. O mercado, por exemplo, adotou o seu discurso, mesmo que no aspecto político parecendo desconexo; muito conservador no aspecto econômico. A sua antiga ligação com o PT não inibe sua atual preferência por forças neoliberais; em conformidade com setores da economia.
Evidente que não há nada de errado em reajustar um programa de governo. Dilma mesmo anda batendo na tecla de mudanças significativas no quadro de ministros, coisa que não assumia com tanta facilidade. O problema é não mostrar tanta vulnerabilidade diante das críticas, das necessidades eleitoreiras; e ainda por cima por questões religiosas. Marina poderá crescer nas pesquisas se manter firme sua proposta econômica, que é o principal item esmiuçado nos debates.
Na beira do quadro temos Aécio Neves. Fortalecido pela proposta “tirar o PT do poder”, teve seu nome ventilado como a principal opção dos analistas. No entanto, não só a entrada de Marina, mas também por causa de sua própria candidatura; acabou ficou em segundo plano. O argumento dos militantes foi perdendo espaço: tirar o PT do poder é fundamental, mas faltava ainda faltava alguma coisa, que nem ele, nem seu partido, sabem responder. Teria melhor condição se mostrasse uma opção de completa mudança; se fosse mais seguro, trazendo para si a aura da liderança. Outro fato fundamental para a queda nas pesquisas é de não ser tão conhecido nacionalmente como Marina.
O resumo da situação pós-segundo debate é a retirada de Aécio do jogo e a inclusão do efeito Marina. Marina chega para trazer dúvidas sobre como o PT governa, as escolhas feitas. Sabe muito sobre o PT, pois esteve lá dentro. Portanto, mostrar-se como opção viável diante de Dilma. Marina só cai diante de sua própria insegurança diante das críticas, assim como no ocorrido com as lideranças evangélicas. Do outro lado Dilma lutará principalmente pela aceitação do mercado; um dos fatores mais críticos do seu governo. Assim, Dilma e Marina não estão brigando pelos indecisos, mas para aqueles que já decidiram o voto não mudem de opinião na última hora.
Para as duas, as eleições começarão mesmo no segundo turno.
Assista na íntegra ao debate com os
candidatos à Presidência
Bloco 1
Bloco 2
Bloco 3
Bloco 4