DESCONECTADO: Papa Pop o inverso de Midas
E o Papa volta para o Vaticano satisfeito com sua passagem pelo Brasil. Dizem as boas línguas que os brasileiros também ficaram com sua visita. Puderam conhecer de perto o representante da religião da maioria dos brasileiros. Praticantes ou não, todos nós nascemos um pouco católicos. A passagem foi breve, mas deixou algumas mensagens interessantes; quase enigmáticas. Afinal o que será do catolicismo daqui para frente? Como agirão os representantes da Igreja diante de assuntos tão espinhentos como: homossexualidade, pedofilia e corrupção (algo que acontece dentro do Vaticano)? Pois bem, o Papa Francisco é a nova mentalidade. Dizem: é o cara!
Ele chegou com carisma e humildade. Carisma, inclusive, foi o marco em sua apresentação; mostrando que a Igreja ganhou muito com sua escolha. O olhar meigo e paterno conquistou a simpatia de quem não é católico, como eu, por exemplo. Representantes de outras religiões, tão duramente atacadas pela religião católica sentiram um olhar favorável ao convívio pacífico. Dizia estar ali por Deus e com Deus, apenas isso. Suas palavras, em sua maioria, tinham um contexto universal, cristão e de conciliação. Mas uma coisa me chamou atenção, quando disse que para a juventude (e não só para a juventude), que eles precisavam viver com esperança, fé e alegria.
Esse ultimato do Papa é receituário para a vida intranquila que estamos vivendo. Não perder a esperança em um mundo melhor. Deixar Deus fazer a diferença em nossas vidas (dogma de muitas religiões é a fé na ação de Deus). E mais do que tudo: não deixar escapar a alegria. Esperança, fé e alegria. Esperança é virtude. Deixar Deus fazer a diferença é a representação de quem tem fé. Mas alegria? Por momentos eu senti a palavra “alegria” como uma blasfêmia, tal impacto me causou o discurso. Como um Papa pode usar assim a palavra “alegria”. Pois é, ali percebi uma coisa que muitas religiões deixaram de lado: a alegria. Então, alegria não é pejorativo. Alegria tão importante quanto o amor. Alegria imaculada. Ser uma pessoa alegre não é pecado, ora. Papa Francisco, apesar do cansaço, parecia alegre em todas suas aparições.
Mas não é apenas o carisma, mas a mudança. Os católicos precisam de uma reforma grandiosa, uma que mexa com seus os brios; que tragam pessoas para o seio da Igreja; e mais do que isso: faça-os fiéis. Papa Francisco, de cima; quer seu o símbolo para seus comandados. Um líder, como realmente deve ser. Se ele conseguirá lidera-los, não sabemos; mas o primeiro passo foi dado. São símbolos postos à mesa, da humildade; da aproximação com o povo; da modéstia na ostentação. Papa Francisco pede para deixarmos de lado o consumismo, pois nossa vida está sendo desvalorizada por coisas. Pede para deixarmos de lado todas as mesquinharias, de comportamento e de preconceitos. Essa é a grande mensagem deixada pelo Papa no eu entendimento.
Estamos vivendo situações no mundo onde precisamos mais de líderes espirituais do que líderes religiosos. É claro, estou falando para um grupo de pessoas que acreditam em coisas espirituais. A visita do Papa pode não trazer qualquer conforto para ateus, céticos ou críticos da Igreja Católica; mas foi muito bem aceita por pessoas ligadas à espiritualidade. O encontro com líderes de outras religiões, o encontro com líderes indígenas e a palavra mais integrada ao Evangelho foram essenciais para que o Papa recebesse inúmeros elogios e poucas críticas; fosse recebido com a dignidade e respeito; que deveria existir para qualquer líder espiritual.
É claro que essa mudança de comando tem uma relação com necessidade. A Igreja Católica está perdendo espaço em todos os setores da sociedade. Cada ano o percentual católico no país diminui assustadoramente. A autocrítica precisava ser feita, uma revolução que protesta a forma elitista das ações da Igreja. Papa disse e todos que estavam ali ouviram calados a consciência dos seus atos. A mudança foi proposta; mas existe uma diferença enorme ainda entre a ideia e as ações.
Se os católicos queriam uma esperança, o Papa Francisco está preenchendo essa lacuna. A fé ainda é a ação em Deus e a alegria só nascem em nós mesmos. Assim, para os católicos e cristãos; a receita dada pode ser relevante ou não, dependendo da forma que vamos encarar de agora em diante a esperança, a fé e a alegria.
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O papa Francisco pediu para os cristãos manterem três posturas simples: conservar a esperança, deixar se surpreender por Deus e viver na alegria. Esse foi o recado deixado pelo pontífice, em missa celebrada em Aparecida, no interior de São Paulo, nesta quarta-feira (24).