DESCONECTADO: Black Sabbath numa “regularidade” britânica.
E o mundo roqueiro em êxtase. Enfim o lançamento que todos aguardavam, mas ninguém acreditava ser possível. A retomada da banda lendária Black Sabbath com (quase) todos os membros originais. Por uma questão judicial, financeira e afins, Wird não participou do reencontro. Para o seu lugar foi convocado é Wilk, que já participou de outras bandas de rock dos anos 90. Tudo bem, nós ficamos assim mesmo, os três juntos novamente depois de muitos anos: Iommi, Ozzy e Geezer. Podia ser melhor, mas está ótimo.
No geral o álbum “13” não desaponta. Se ainda não empolga como um dos clássicos dos anos 70, não podemos dizer que é um desastre. Devemos levar em consideração a idade dos sujeitos, tempo de estrada e as influências musicais de suas carreiras individuais. Apesar de Iommi não ter largado o Black Sabbath em todos esses anos, é notório que ele não é mais o mesmo músico dos anos 70. Talvez pelo nome, pela carreira e pela lenda que envolve o grupo, acabamos exigindo demais desse lançamento. Mas a verdade seja dita: Poucos grupos atuais conseguem fazer alguma coisa parecida com o que iremos ouvir no álbum.
“END OF THE BEGINNING” – A primeira música é interessante. Trabalho muito bem feito entre todos os membros do grupo numa sintonia perfeita. A música mostra, inclusive, como foi acertada a escolha do baterista, Brad Wilk . A gravação dá indícios de que o álbum, se não for um clássico, também não irá desapontar os fãs. 9,0
“GOD IS DEAD?” conhecida como música de trabalho, lançada como carro chefe da volta do grupo em sua formação inicial, traz uma bela apresentação de Ozzy, mostrando que a idade pode ter derrubado o sujeito fisicamente, mas continua com uma grande voz para o estilo. O problema da música é o ritmo, sempre cadenciado deixando a música morna e chata. Na primeira audição fiquei entusiasmado, depois fiquei cismado. Por sorte a segunda parte da música salva a faixa, mostrando que Iommi continua sendo um dos melhores guitarristas de todos os tempos. 7,5
“LONER” – A música mais comum do álbum, curta e pesada; nada mais do que isso. Ponto negativo também para a falta de um grande solo. 7,5
“ZEITGEST” – A música traz a mística dos anos 70. Se o Black Sabbath resolveu plagiar sua produção daquela época, essa música tornou-se o símbolo dessa opção. Mesmo assim a música é incrível. Uma melodia ambientada num som acústico. A música também mostra o belo trabalho de Geezer. Se é uma seqüência de Planet Caravan, ninguém sabe. 8,0
“AGE OF REASION” – A melhor do álbum. Puro Black Sabbath. Clássica até o fim. 10
“LIFE FOREVER” – A música bem que poderia ter sido lançada na carreira solo do Ozzy. Ninguém iria notar a diferença da composição e o trabalho do quarteto*. 6
“DAMAGED SOUL” – Setentista ao extremo, se a música tivesse sido lançada na década de 70 ninguém naquela época iria reclamar. Para os saudosistas como eu, um prato cheio. Talvez se torne um clássico se cair no gosto dos novos fãs. Talvez um fã desatento nem saiba que a música não foi lançada nessa década. 10
“DEAR FATHER” – Riffs potentes, talvez a música com a cara mais atual. A maioria dass músicas do álbum têm estilo do Black Sabbath e uma roupagem que lembra os anos 70. Essa, no entanto, tem uma cara diferente, um estilo grandioso do grupo, mas uma música que parece mesmo ser de hoje, agora. Também posso dizer que é o melhor refrão do álbum. Detalhe para o final da música…. lembrando a introdução da primeira faixa do primeiro disco lançado em 1970. Será o final de um ciclo? 10.
Escute: Age of Reason
Black Sabbath, 13 – 2013
Nota: 8,5