A pobreza no Brasil é cultural
Publiquei esta matéria há pouco na comunidade Espaço Aberto no diHITT e resolvi publicá-la aqui também para os leitores do IV.
Ontem minha cunhada, que está na 6ª série em uma escola do estado, recebeu materiais escolares do governo, incluindo cadernos, lápis de cor, livros, etc. Mas o fato que me revoltou foi o que muitos alunos de sua escola fizeram na saída.
Segundo ela, muitos alunos jogaram o material no chão, pisaram em cima, jogavam cola uns nos outros, rasgavam as folhas dos cadernos, e por aí vai… Ao serem perguntados por um senhor porque estavam fazendo aquilo, um dos jovens respondeu que aquele material era uma porcaria.
Como um país com tantas riquezas naturais e culturais pode ter tanta pobreza?
Eu acredito que parte do problema é por culpa sim de alguns governantes corruptos, mas com certeza uma parte considerável desta culpa está em alguns membros do povo brasileiro, geralmente jovens de todas as classes sociais, que perderam o senso de cidadania e respeito.
Aquele material destruído e rejeitado foi pago, por eles, por mim, por você.
Engana-se quem pensa que o exemplo deve vir de cima. Na minha opinião nós, povo brasileiro, deveríamos conhecer mais a fundo nossos direitos e deveres como cidadãos e, aí sim, ganhar moral para cobrar providências de quem está lá em cima.
Muitos que reclamam das enchentes nas grandes cidades, são os mesmos que jogam lixo nas ruas, nos rios, em terrenos abandonados.
Muitos que reclamam da falta d’água, são os mesmos que ficam horas lavando o carro ou a calçada.
Muitos que reclamam da educação, são os mesmos que destroem materiais escolares e depedram escolas.
A solução, todos sabem, mas vale a pena relembrar:
EDUCAÇÃO (dentro e fora da escola), CULTURA e LEIS MAIS SÉRIAS (desde que sejam aplicadas).
Respeito e cidadania, desde o povo até quem nos governa, é a única forma do Brasil se tornar um país de primeiro mundo. Até lá, somos apenas um país pseudo-emergente com gente que ainda vende seu voto e se aliena com novelas, carnaval e futebol.
Panis et circus! Tá bom pra você? Pra mim não tá!
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